terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Saúde e Medicina – 4) As Doenças, o Médico e o Paciente

Amigo, que desgastantes lutas encetamos para extinguir os supostos males (pensados) que pretensamente nos afetam! E no entanto, quanto mais se luta para eliminar o que julgamos mau e pernicioso, mais esse hipotético inimigo feito doenças se reforça.
E por que isso? Porque todo fim, todo término, toda extinção é uma falácia que, a caro custo, só vinga numa situação virtual e que é exatamente nossa situação vital refeita, nossa vida cotidiana, situações fictícias essas que se superpõem a nível pensante-pensado.

De acordo com esse enfoque haveria então uma Autonatureza, Divina e Incondicionada, que não depende de nada nem de ninguém, pois Ela já seria Deus em Manifestação. E fora do Aqui e Agora, a partir do segundo momento em diante (tempo) haveria uma falsa natureza superposta pela ignorância-desejo do homem extraviado, natureza totalmente dependente, totalmente condicionada, ou seja, um falso mundo parcialmente enjambrado pelo pensamento do homem.
Os começos, meios e fins da vida condicionada são fantasmas e mais fantasmas que o tempo-pensamento engendra e depois afirma e nega, fantasmas que subsistem graças ao nosso descuido, ao nosso agir desastrado, graças ao nosso mal pensar, o qual é pai de todos essas fantasmagorias. Tais fantasmas subsistirão também e principalmente graças à reiterada execução do ato cheio de propósitos ou intenções.

Estarei falando de loucuras completas? Amigo, nunca te informaste a respeito do Hinduísmo, Taoísmo e Budismo, que são tradições extremamente sábias, são filosofias e sabedorias muito mais antigas que qualquer ciência grega e Ciência Moderna? Pois lá no Oriente essas denúncias não são tão loucas quanto te possam parecer.
Não sabias amigo, que todas as ilusões externas e as manobras do pensamento vulgar em cada um de nós - pensamento esse que todos usam com facilidade e de modo descuidado, mas ninguém no fundo conhece o que é - equivalem a por a Lei da Geração Condicionada em funcionamento, cujo enunciado diz: (Cuidado, isto não é conversa fiada). "Isto sendo, em pensamento, aquilo – objetividade – aparece, acontece, se objetiva, se sobrepõe, se para tal se executa o ato intencional. Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não se objetiva, não se sobrepõe, porque também não se faz nada."

E a propósito, haverá fantasmas piores do que os cânceres, as leucemias, a AIDS etc., possivelmente engendrados e materializados pelo pensamento, graças a essa Lei?
Numa Autonatureza Incondicionada nada começa, nada se origina, nada continua, nada se esconde, nada fica escondido para ser descoberto por cientistas, nem nada termina.
Em termos de Realidade Autêntica, tudo palpita e tudo se renova, mas fantasmas do ego-pensamento espaço-temporalizados se superpõem.
Num caso assim, toda "descoberta" do mal, traduzida como a presença do germe, do vírus, do parasita, em suma da doença causa-efeito e toda extinção do mal ocorrem tão-somente num faz-de-conta. Sucedem num nível pensante-pensado que é exatamente o nosso mundo cotidiano.

Todas as descobertas científicas são apenas engendramentos mentais humanos que se extrojetam e se superpõem. Num caso assim, temos que escolher quais desses engendramentos menos prejudicam ou mais ajudam, e descartar tudo o que prejudica e mata, por equivaler a magia negra.
Tanto o pretenso começo enganador de algo quanto sua falsa duração e extinção são regidas pela Lei da Geração Condicionada e pela Lei da Interdependência.
Num mundo parcialmente reconstruído pelo pensamento a pessoa pensante depende do objeto pensado e vice-versa. Estes dois, tomados isoladamente não são absolutamente nada. Mas a pessoa mal pensante é a que sempre engendra seu objeto e fica opinando a respeito, e inclusive atua propositadamente para pretensamente provar suas enjambrações..
E a tal pretensa extinção não faz desaparecer o fantasma-doença, o fantasma-germe, o fantasma-vírus, apenas o reformula ou o transforma em algo mais. Daí a medicina científica, ao lidar com aparências ou só com enganadoras objetividades supostamente materiais, às vezes é uma calamidade sem par.

E a propósito desse enfoque médico enganador e prejudicial, pergunto-te, paciencioso amigo, quando é que um parasita, um germe, um ultravírus HIV da AIDS se extingue, se anula? Quando Existe? (Mas essas mentiras microbiológicas podem existir Aqui e Agora ou só aparece depois?. E tais mentiras foram criadas por quem? Pelo Deus persona barbudo e mal humorado que o pensamento inventou ou pelo muito pior Deus acaso da ciência). Ou quem sabe o germe, o vírus, o parasita se extingue – não tendo jamais existido, nem no passado, nem no falso presente de 24 horas nem no futuro – quando se o enfoca de modo adequado e quando tudo se compreende?

É muito bom levar em conta que um germe microscópico, seja qual for, nunca Existe em Si, mas só aparecerá diante do observador ou médico em total dependência ao que ele pensa.
Só parecerá fazer-se presente numa total dependência, graças a um pensar capcioso tanto do doente (mal pensante) como do médico condicionado para tal, condicionamento esse que constitui seu fundo mental ou Campo de Consciência Sensorial Científico. E isso estará presente numa falsa percepção erudita.
Tal pretenso germe só se faz presente graças a um enxergar viciado, graças a atos intencionais executados astutamente e graças ao reconhecimento.

Todas essas manobras constituem exatamente o famoso conhecimento indiretíssimo das coisas, do qual a Ciência Moderna tanto usa e abusa.
Além desse existe o conhecimento indireto do povo em geral e o Conhecimento Direto que só o verdadeiro Sábio sabe usar, e certas crianças usam espontaneamente.
Tais pretensos germes sempre estão na dependência do pensamento do osbervador-cientistas; e toda objetividade ou tudo o que depende de algo mais, isso simplesmente não existe. Portanto, os germes como sempre dependem do cientista pensante, eles em si mesmo não são nada. Cuidado, isto não é uma mera inferência ou uma conclusão intelectual.

Os germes sempre parecem durar, persistir, envenenar, destruir e matar, quando, contrariamente a isso, qualquer um poderia dar-se conta que se algo dura, persiste além do momento presente, é porque isso simplesmente não é nada, isso não existe, ou então isso é algo eternamente paralisado, ou ainda não é uma coisa única, mas sim um rosário infinito de algo(s) pluralizados, tipo cinema, isto é, mentiras e mais mentiras, astutamente sobrepostas.
Tais germes, meu caro amigo, lamento dizê-lo, são somente um perigoso mal pensar, um enxergar viciado, frutos de um atuar capcioso e um reconhecer ou conhecimento indiretíssimo.

Essas mentiras microscópicas nunca existiram nem existem por si mesmas.
Sem o cientista, sem o microbiologista, sem o médico observador pensante, esses germes sempre pensados e reconhecíveis não são nada. Esses faz-de-conta pretensamente microscópicos só se fazem presente ou só se objetivam, tipo imagem de cinema, ao nosso péssimo enxergar-reconhecer já condicionado.
Tais pretensos germes nunca foram Realidade em Si, e sim são uma presença em dependência. Eles sempre constituem uma interdependência entre sujeito e objeto, e estes dois são sempre uma pessoa mal pensante e uma pretensa micro-coisa pensada.

Portanto e repetindo, meu amigo, se determinado e fantasmasgórico ultravírus HIV da AIDS, ou se determinada célula cancerosa destruindo os demais fantasmas celulares, ou ainda se determinada célula pretensamente destruída pelo HIV se fazem presentes ao nosso pensar, ao nosso enxergar viciado e condicionado, ao nosso atuar propositado, reconhecer, ou se se apresentam objetivamente no corpo do próximo, num doente, mas só num nível supostamente microscópico do corpo desse mesmo doente, quando é que todas essas mentiras começaram a aparecer, e graças a quem apareceram? No passado? E quem pode nos garantir que inexistências passadas e que já não existem mais se prolongam até o momento presente?

E mais, se toda superposição é regida pela Lei da Geração Condicionada, "Isto sendo, em pensamento, aquilo acontece, aparece, se objetiva, se superpões, quando para tal se executa o ato intencional etc.., essas fantasmagorias microbiológicas sobrepostas não poderiam ser apenas fruto de um mal sentir do paciente? Não poderiam ser fruto de um péssimo raciocinar e concluir do paciente e do médico? Ou também ser fruto de um intencionar e se decidir tempestivo do profissional em medicina? Fruto de um agir ardiloso e nada humano desse mesmo médico? E ainda fruto de um (mal) enxergar e reconhecer desse mesmo profissional? E finalmente fruto de uma bobeira generalizada tanto do doente, quanto da medicina, da família, do meio, da Sociedade, do mundo e assim por diante?
Achas que não, amigo? É claro que sim! Presta atenção!

Toda pretensa doença começa desta maneira: "Penso bobagens e a seguir executo atos contra mim mesmo, prejudicando-me bastante. Por causa disso começo a sentir-me mal. Por causa desse mal sentir, sempre mal pensando concluo ter adquirido isto ou aquilo (bactéria, vírus), maligno ou não, contaminando-me. A seguir, comunico ao médico o que sinto e o que acho que tenho. Ele, profissional, recebe meu sinal inferencial e lhe aplica o método da experimentação científica. Transforma meu mal em dedução e indução científica. Manda efetuar diversos exames para ver o que é isso que eu supostamente tenho. E todos, ao meu redor, passam a atuar de modo proposital, querendo me ajudar. E, quando se atua intencionalmente, eu, que só pensei bobagens, que me auto-agredi e me prejudiquei, leve ou gravemente, por causa do médico que atuou por mim e contra mim passei a ter o que nunca poderia ter (uma doença, leve ou grave), porque na Vida É-se, mas não se pode ter, não se pode possuir, posto que nada dura e tudo se renova."
Sim, lamentavelmente, as fantasmagorias sobrepostas só passam a prevalecer quando a Lei da Geração Condicionada ou Dependente é posta em funcionamento, numa perfeita interdependência médico-paciente. Daí a fantástica responsabilidade do médico, do doutor.
Amigo, para que esse germe, parasita ou vírus deixe de se sobrepor objetivamente, não seria melhor que esse "quem" (ego chorão e pretensamente vítima no paciente e ego sabe-tudo no médico) se diluísse um pouco, primeiro e desaparecesse depois, dando lugar ao Ser mais inteligente?

Que ego é esse que no profissional jura pensar corretamente, jura agir de modo adequado, jura enxergar a nível microscópico objetividades reais, jura reconhecê-las, jura ficar lucidamente cônscio dessas objetividades pretensamente deletérias, cancerosas, aidéticas, quando estas, na verdade, são apenas contradição ou são o outro pólo superposto de toda essa intromissão pensante-pensada, constituída por uma pessoa pensante e um objeto pensado?
E se tais objetividades pretensamente deletérias, se tais doenças são o outro pólo sobreposto do próprio ego-pensante, da pessoa observadora, por que o ego aí se atribui o papel de salvador da pretensa vítima, o papel de juiz, e começa a descrever objetivamente aquilo que ele mesmo ego é? Ou seja, ele, ego, ladrão e salteador subjetivo, é também a própria objetividade diante dele, ou é as pretensas células cancerosas, aidéticas, os germes bandidos, as doenças objetivas, sobrepostas, acrescentadas e tudo o mais?
Se "esse ego" no homem que, mal pensando sempre reconhece, descreve e afirma a célula doente, ou senão "descobre", descreve e afirma os pretensos germes não se ausenta primeiro, graças ao Dar-se Conta, graças ao Autoconhecimento desse mesmo Homem, como é que o efeito faz-de-conta (célula doente, germes, doenças) desaparecerá, se a causa aparente (e que é o observador-pensante) permanece de modo contínuo ou não se anula, mesmo que contra tal fantasma ele pretenda lutar?

Pois é, amigo, é bem estranha essa conversa toda, não te parece? Ainda mais quando há tantos bons médicos que honestamente só querem ajudar o próximo. Mas não é contra eles que eu, escrevo e falo. A benevolência e a honestidade desses já é um antídoto para que a Lei da Geração Condicionada não atue para pior. Abençoados sejam esses médicos honestos e bem intencionados. De qualquer modo, meu caro amigo, os supostos efeitos deletérios, chamados parasitas, germes, vírus, ultravírus, células cancerosas, leucêmicas etc. poderão sim ser suplantados e aparentemente anulados de outro modo. Bastaria descobrir até que ponto o pensamento ajuda e até que ponto o mesmo pensamento mata. E isso não é uma questão de positivismo ou negativismo pensante-pensado.

Todavia, como a causa (homem criador de doenças, não importa se paciente ou se médico) permanece, tais pretensos fatores deletérios permanecerão de outro modo. E se a falsa vítima (doente) e terapeuta desavisado (certos médicos) fazem força para se manter só dentro da vigência desse enfoque materialista lamentável, esse círculo vicioso nunca se romperá e as fantasmagóricas doenças continuarão onde nada pode continuar, porque nada se origina, nada evolui e nada termina, mas tudo se renova.

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