terça-feira, 16 de dezembro de 2008

SAÚDE E MEDICINA – 8) OS SENTIDOS NÃO SÃO JANELAS NEM O MUNDO É UM MERO PANORAMA

Reproduzo agora Um simples tópico do livro (para variar) INÉDITO: A FARSA DOS MEIOS DO CONHECIMENTO

Antes que transcreva o terceiro capítulo (Da Percepção Sensorial) do livro Mula-Madhyamika-Karika, de Nagarjuna, século II d.C., convém, caro amigo, que eu faça uma breve introdução a respeito, repetindo de modo aproximado aquilo que em tópicos anteriores ficou esboçado.
A fisiologia científica alega que o órgão sensorial funcionaria como uma janela, através da qual ingressariam os estímulos sensoriais pretensamente provindos de fora, provindos de seres e coisa do mundo dito externo. Esses estímulos resultariam então num hipotético contato, com impressões e sensações definidas, conseqüentes, contato esse que no cérebro acabaria se traduzindo feito um dado sensorial, uma coisa, ser, psíquicos, correspondentes ao pretenso conteúdo da superfície de um mundo externo.
Para a ciência, existiriam seis órgãos sensoriais, cinco externos, o olho, o ouvido, a boca, o nariz, a pele e órgão genital, e um órgão interno, a mente ego-personificada, e que o materialismo científico transmutou em massa melequenta ou em cérebro com respectivas reações físico-química-elétricas.
Tais órgãos sensoriais, situando-se supostamente de um lado e num corpo anatômico, confrontar-se-iam com os estímulos sensoriais, do outro lado, do mundo, e estes estímulos seriam emanados pelos objetos do meio externo
Todos esses dados ou objetos, porém, poderiam ficar resumidos à condição de formas, nomes e fatos, nada mais. Quando se daria o encontro desses dois extremos e respectivo contato, saltariam fora, digamos, a visão, a audição, e outras possibilidades mais, próprias de o homem Sentir, pensar e conhecer.
A fórmula geral da fisiologia ótica é que o olho primeiramente enxergaria as cores, e só depois, conforme o pretenso amadurecimento cerebral, passaria a enxergar as formas. Do mesmo modo, inicialmente, o ouvido ouviria os sons e ruídos, sem fazer distinções significativas, e assim por diante.
A função desses pretensos órgãos fisiológico-sensoriais que, com toda probabilidade só aparecem, mas não existem em si, poderia ser igualada à de um ego-agente ativo que enxerga, ouve etc. Em suma, um ego-agente um ego-ator com funções sensoriais específicas. Mas por incrível que pareça, esse ego-sensível e perceptor é uma brutal mentira.
Ou senão tais órgãos poderiam ser vistos como meros instrumentos da visão, da audição, do olfato, da gustação, do tato, do erotismo, que o ego-cérebro utiliza etc.
Mas antes já vimos que o pretenso ego-agente conhecedor-e-perceptor de pretensos estímulos e sensações simplesmente não existe. Como possivelmente tampouco existe necessariamente um mundo externo totalmente separado do pressuposto agente e perceptor, e que sempre emanaria estímulos.
O pretenso ego-agente conhecedor, para certas religiões estaria situado na cabeça ou também corresponderia à presença de uma alma emprestada, doada.
Mas para o enfoque científico-materialista, tal agente anímico e ego-cognoscedor não passa de um epifenômeno que emerge de uma pretensa massa orgânica cinzenta, ou melequenta, a qual, evoluindo e se auto-aperfeiçoando por puro acaso passaria a ter essa incrível e indescritível possibilidade de sentir, conhecer e perceber, ou tornar-se cônscio de, quando o Conhecer-Perceber deveria ser apenas Conscientização ou a Consciência-EU.
Lamentavelmente, os ideólogos marxistas-leninistas, ainda bem que superados, transformaram a tal conscientização no tornar-se cônscio das humanas possibilidades do agir revolucionário, que modificará ou modifica o mundo capitalista. Que safadeza mais sem vergonha, essa promessa-opinião, digo eu!
Hegel e Marx fizeram aí a sua salada de fruta.
Desde quando tal conscientização e atuação revolucionária haveria de resultar em algo positivo, em algo eficaz, quando sempre teve por trás, a anti-humana raça? Ou seja, não seres humanos, mas teve por trás aves de rapina saturadas de ego e de ambições sem conta, além de serem hipócritas e maldosos, como, aliás, eram alguns empreendedores e dirigentes da revolução bolschevista-comunista, russa e mundial.
Não invento nada, o que digo está calcado em denúncias graves, que a grande mídia não divulga e mantém escondidas. A assombrosa maldade que eles manifestaram, em quase cem anos de domínio comunista, resultou em mais de 60.000.000 de russos mortos! No mundo todo que os comunistas conseguiram abocanhar, China etc., os assassinados ou mortos superam os 120.000.000. Esses danados apenas se valeram do desespero inegável do povo russo e demais povos subjugados, e das potencialidades do ato humano. Utilizaram tal ato não para acabar com o Poder Organizado, naturalmente corruptor, mas para implantar outro Poder, o deles mesmos, muito pior que o capitalismo czarista e capitalismo selvagem, os quais estavam prevalecendo. Esses danados, nos tempos atuais, se transformaram em máfia russa, em traficantes de drogas. Mas que hipocrisia, que Horror!

Mas, voltando ao que dizia, primeiro, Reto Perceber, Consciência-EU, Conscientização nada tem ver com “o tornar-se cônscio de”.
Segundo, o VER, OUVIR em Si (Sentir Verdadeiro) nada têm a ver com aparelhos filmadores de cinema e TV, com máquinas fotográficas, e muito menos tem a ver com gravadoras sons, computadores etc.
A Mente Perceptora em todos nós, e que em última instância é apenas Consciência-EU, Mente Pura, Conscientizar, Conscientização, Perceber Autêntico, em seu suposto ato de perceber ou explosão perceptual, dá SIGNIFICADO, EXISTÊNCIA, QUALIDADE, VITALIDADE, SENSAÇÃO BOA OU MÃ E REALIDADE a um estímulo ou a uma “bosta” que parece vir de fora, através dos sentidos, quando não vem.
Mas o que significa “dar significado” próprio da autêntica Conscientização, e inclusive presente numa falsa conscientização temporal, tipo “ficar cônscio de”; eu, ego aqui e a coisa percebida, lá e de por meio os falsos meios do conhecimento?
Ora, “dar significado” significa SENTIR, SABER, INTUIR, com ou sem a coisa sentida, com ou sem o falso ego sentindo e percebendo. No puro Conscientizar há Vida e não dualidades acrescentadas e superpostas.
Tanto na falsa percepção há um SIGNIFICADO quando se sente e se sabe, como também no simples Sentir-Saber-Perceber, sem falsas dualidades.
No “ficar cônscio de”, a ciência, mentindo vergonhosamente e enganando todo o mundo, alega que quem nos dá o Sentir-Saber-a-coisa, ou nos propicia isso, são os nervos-neurônios-cérebro, mais os insuportáveis peptídeos, ou também as idiotérrimas reações físico-químicas-elétricas dos enganadores meios do conhecimento.
Assim que máquinas cinematográficas, fotográficas e gravadoras nem sentem nem percebem. São umas merdas mortas, insensíveis que não dão qualquer significado ao que fazem e registram. Não sei até que ponto o homem comum continuará deixando-se enganar por uma ciência torpe e que prevalece absoluta no mundo moderno.
Um aparelho de filmar ou fotografar, por trás de sua aparência externa, apenas tem um filme sensível que registra as sombras e luzes que vem de fora e, igual a um espelho, num átimo, registra de modo contínuo ou permanente a imagem de determinada coisa ou ser externo, mesmo que esta última se suma, desapareça. Mumifica a vida e a registra no filme, e fica por isso mesmo, sem dar testemunho próprio. O mesmo acontece com uma gravadora. Num instante capta um som ou um comprimento de onda que fica morto e mumificado no registro da fita cassete.
Esse filme e fita cassete idiotas precisam sempre do pensamento humano para se tornarem significativos, para serem vistos, ouvidos, conscientizados e interpretados.
A máquina cinematográfica ou fotográfica e o filme em si não dizem nada, não fazem nada, é como se não existissem, com ou sem filme. O mesmo sucede com uma gravadora de sons e com um computador.
Portanto, até o tal miraculoso aparelho de filmar, fotografar, gravar sons e os computadores, com seu respectivo registro mudo, finalmente, são pensamento vulgar e má percepção, a enganar otários, às vezes.
Se nesses momentos de filmar ou gravar ou brincar no computador nos conhecêssemos um pouco mais e em profundidade, não filmaríamos tanto nem registraríamos com tanto empenho. E aí prevaleceria a Sensação Pura e a Reta Percepção.
Só que em tal condição não precisariam vingar soberanos uma máquina nem um filme, nem seus respectivos registros, e tampouco aí existiria um idiota (americano ou japonês) a interpretar tudo.
Por conseguinte, amigo leitor, nunca houve um mentiroso epifenômeno que evoluindo e autoaperfeiçoando-se conseguiu resultar em ego-cerebral consciente e inconsciente.
O agente e a ação, ou senão o ego-conhecedor-perceptor e sua pretensa função perceptora e o dado percebido aí, se tomados separadamente e em termos fisiológico-materiais, são uma mentira deslavada e grosseira, como já foi visto adiante.
Criticando outra vez o enfoque da ciência, convém ressaltar, meu paciencioso leitor, que o olho não vê por si mesmo, e se o olho não está provido de autopercepção, como pode ver ou perceber o resto? Está ou não prevalecendo aí algum embuste? Perguntem ao seu próprio ego.
Por outro lado, esse tipo de ver-se, ou de ver a si mesmo – ego-vedor aqui e olho visto lá – seria igual a admitir uma insustentável bifurcação-separação. Isto é, uma pretensa entidade que vê e, diante dela, coisas e seres que estariam sendo vistos.
O que Agora ou na Intemporalidade se vê não pode ser igual àquilo que já se viu, ou deixou de ser visto (passado). Nem pode ser igual àquilo que ainda não se viu (futuro). Tanto o já visto como o ainda não visto se confundem com o invisível.
O invisível, porém, é uma abstração, é um conceito e não um objeto sensível. Não é um Isto Primevo, nem é algo reconhecível (dado subjetivo). Não há, pois, uma segunda classe de objetos afora o que Agora se vê, e que para o falastrão ego-pensamento, falsamente perceptor, parece invisível.
Os mesmos dilemas se levantam com relação ao pretenso ego-vedor. Quem é esse que em todos nós diz estar vendo, finalmente?
Não exatamente o ego-vedor, porquanto se tal se supusesse, isso implicaria admitir duas atividades: um vedor-SER que já é Vedor, e que além de sê-lo é também um ego-agente -sensível que manifesta a atividade de ver.
Tampouco é o não-vedor quem vê. Se este último (fantasma) pudesse ver, seria uma contradição gritante. E não há uma terceira alternativa.
E se não existe nenhuma atividade à parte daquilo que chamamos ver isto ou ver aquilo, como pode prevalecer um agente ou um ego-vedor em nossa cabeça? De seu lado e implicitamente, um não-vedor também não pode enxergar, como, aliás, já se disse.
O olho, visto como um mero instrumento da visão, tal como a ciência atual o representa, o estudou e analisou não se explica. Com os ouvidos, nariz e demais órgãos sensoriais ocorre a mesma coisa.
Se o instrumento fisiológico-visual – ou o olho da anatomia, fisiologia, oftalmologia etc. – que a ciência estudou, analisou e impôs fosse verdadeiro, ele implicaria um pretenso ego-agente-cerebral que operaria o instrumento.
Para essa ciência carrasca, esse agente traduz-se como uma mera atividade físico-químico-elétrica cerebral que enxerga por meio do instrumento olho.
Desde quando, porém, mentirosas atividades eletro-físico-químicas de uma massa melequenta – tudo isso é fruto de um torpe raciocínio – podem Ver, Sentir, Saber, Perceber corretamente ou Conscientizar?
Esse ego-agente físico-químico-elétrico da ciência, portanto, é insustentável, pois ele nem se autovê, espontânea e naturalmente, nem consegue Ver-Sentir-Saber-Intuir algo diante dele. E muito menos consegue pensar-se ou consegue imaginar-se vendo a si mesmo por meio de tais olhos, que seriam seus instrumentos. – Esse detalhe de pensar-se ou imaginar-se vendo, o ego-pensamento em todos nós, e absolutamente não material, escondeu porque ele é só pensar, ver distorcidamente ou enxergar e ele é até o eterno embuste.
E sem essa mínima autopercepção, como poderia tal mentiroso ego-agente-sensível-cerebral enxergar e reconhecer os demais, ou senão o corpo, o mundo etc., diante dele?
Paciencioso amigo, como já antes disse, tampouco tal ego-vedor pode ser pressuposto como sendo uma câmara filmadora de cinema ou de TV, e que a caro custo ou misteriosamente se torna cônscio dos demais, sem contudo perceber-se a si mesmo.
Essa foi exatamente a maneira de como a ciência, dualisticamente falando, representou o homem que vê ou enxerga. Para ela, o ser humano não passa de uma mera filmadora, gravadora, um computador a registrar enganadores dados externos (Maya), pois sim!
Esse falso vedor, pretensamente já sendo um ego-cérebro-vedor, ainda teria que voltar a existir feito um agente-ego que desempenha a função de ver para captar – mas nem sempre Sentir-Saber – diante de si pretensas coisas e seres materiais. Só que esse “já sendo vedor não pertence ao ego e sim ao Ser Primevo”.
Em verdade, a hipotética pessoa-ego-vedora é incompreensível tanto se vista como idêntica à atividade de ver, e também se vista diferente dessa mesma atividade – ou se só vista como um agente que, separadamente, desempenha a função de ver…
E sem o pretenso agente – fisiológico-cerebral da ciência, e senão ele, uma alma sensível emprestada, própria de certas religiões confusas – não pode existir nenhum enxergar fisiológico (que é falso) e muito menos pode existir a objetividade pretensamente vista e conscientizada.
As considerações levantadas contra o olho e contra o pretenso vedor psicológico se explicam com igual força no que diz respeito aos demais órgãos pretensamente sensoriais.
Sem impor nada e sem definir coisa nenhuma, Isto-Sentir-Ver - Espírito Não-Dual, Consciência-VER – não depende nem do falso materialismo objetivado nem do falso ego-cerebral-vedor-pensante-pensado, nem dos relativíssimos e reconstruídos órgãos sensoriais e muito menos de uma alma relativa doada, emprestada ao homem, ou até mesmo pensada pelo homem.
A assim mal chamada percepção extra-sensorial, no caso, seria mais válida e verdadeira que a assim dita visão fisiológica das coisas e seres, porque, aparentemente, parece não depender de órgãos sensoriais, parece não depender dos meios fisiológicos do conhecimento, malgrado possa ainda ser manipulada por uma mente astuta, egotista e enganadora.
Isto-Sentir ou Autonatureza é a verdadeira percepção extra-sensorial, se livre estivesse de ladrões intermediários – ignorância-ego-pensamento, impressão-convicção de corpo, meios fisiológicos do conhecimento, órgãos sensoriais forjados etc.etc.

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