segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A FARSA DOS MEIOS DO CONHECIMENTO - Quarto Tomo, Quadrilogia



Acredito que o título deste trabalho é extremamente audacioso, pois ninguém se permitiria duvidar da validez dos meios do conhecimento, consagrados pela tradição, pela filosofia clássica, pelas religiões do Ocidente e principalmente pela Ciência Moderna. E não se trata somente de duvidar de tais meios, como principalmente ousar em chamá-los de A Farsa dos Meios do Conhecimento.
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Pois é, amigos, se se aceitasse a absoluta validez dos meios do conhecimento, ou seja, se se aceitasse a absoluta validez dos órgãos sensoriais, dos corpúsculos sensitivos, dos terminais nervosos, dos nervos sensitivos ou aferentes, do cérebro, da mente personificada, da alma teológica, do ego-consciência, do inconsciente inventado por Freud, do Id, do Superego, da lógica-razão, da memória-raciocínio-imaginação etc., isso obrigaria a que um criticismo inteligente, sadio e mordaz, e uma Lógica Extremada e Autofágica se silenciassem e se anulassem para que ficassem prevalecendo os pareceres dogmaticamente limitadores da lógica-razão habitual.
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Frente a certos ardis dialéticos, como os que apresento no livro, todo o mundo costuma baixar a cabeça, emudecer e não saber o que dizer, quando contrariamente, num caso assim, é que se deveria protestar e criticar contra aquilo que nos é impingido à força.
Estes são os ardis em questão:
a) Os meios do conhecimento são absolutamente indispensáveis e válidos para qualquer investigação crítica e inteligente, e inclusive serviriam para a auto-reflexão e para a meditação. (Em verdade, tais meios do conhecimento só parecem ser indispensáveis numa investigação discursiva, pretensamente filosófica, religiosa e científica, investigação essa cheia de truques, restrições, dependências, limitações, aparências etc. já veremos por que).).
b) Os meios do conhecimento são indubitavelmente infalíveis, axiomáticos e duvidar de sua função significa estultícia. (Isso é o que a ciência, a filosofia, a teologia e a tradição vigente dizem, porque lhes convém).
c) Os (pretensos) meios do conhecimento são universalmente aceitos por todos, principalmente pelos filósofos comuns, pelos cientistas, pelos teólogos, pelos psicólogos, psiquiatras e outros mais. (Infelizmente, digo eu. No texto do meu livro, provo exatamente o contrário dos tópicos a), b), c).
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É bom que os amigos leitores saibam que o cérebro biológico, em sua condição de ser um simples objeto sempre reconhecível, nunca pôde pensar, nunca pôde conhecer, ele não sabe de nada. Todos devem saber que o cérebro-objeto não pensa; é sempre pensado.
Os tais de neuropeptídeos responsáveis pelos sentimentos e sensibilidade são uma brutal mentira!
O cérebro não encerra qualquer ego-individualidade, fruto de reações físico-químicas ou protéicas.
O cérebro sempre foi pensado por mim (ego) e pelo outros egos; sempre foi engendrado, daí ele aparecer somente como OBJETO.
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Por outro lado, a atividade pensante e atrasada do ego-mente condicionado - terrivelmente traiçoeira e mentirosa - é exatamente a que forja a poderosíssima impressão-convicção de cérebro separado e que elaboraria o pensamento. Todavia, o pensamento não é fruto da pasta cerebral. Dizem os entendidos: sem cérebro é impossível pensar. Digo eu, com o cérebro também.
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O pensamento é tão somente um reflexo, um eco, uma reverberação do atualíssimo SABER-SENTIR-INTUIR-ATUAR-AMAR, que é a Mente em si e que nada tem a ver com o segundo momento em diante, de onde parece saltar fora o corpo denso e respectivo cérebro. Ou seja, algo meramente engendrado por esse atraso existencial que chamam pensamento.
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Contrariamente, porém, a Mente Pura do Aqui e Agora é eficácia completa. O pensamento é o segundo momento ineficaz da Vida ou é tempo. O ego-pensamento é um ladrão e salteador da Mente Pura ou da Consciência Verdadeira. E antes do pensamento se intrometer, Aqui e Agora, já há um EXISTIR, que é Consciência ou é só Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar, mas nunca é pensar. Isto é, o Verbo-SER, é a Individualidade Verdadeira, é a Mente Verdadeira, livre do mal pensar e do raciocínio enganador. O pensamento primordial, mas mesmo assim defasado engendra a impressão-convicção de cérebro pensante, quando em verdade este é sempre pensado.

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