sábado, 20 de agosto de 2011

A PRISÃO DO TEMPO


Por acaso alguém sabia que o tempo físico é fruto de nosso próprio pensar, e que esse tempo ou mal-pensar se transforma no nosso cárcere, na nossa prisão?
E é bom que se saiba que o tempo e o espaço ditos físicos simplesmente não existem em si, malgrado apareçam ou se nos façam presentes de uma maneira refinada e superposta.
Tempo é só mal pensar. É só um exagero dessa enganadora atividade mental. No lugar do tempo físico, ou do ontem, do hoje de 24 horas e do amanhã, há, isto sim, um AGORA, em renovação, AGORA esse que não dura. Ou até mesmo pode-se sugerir que tal AGORA persiste como bem entende, simplesmente dilatando ou encolhendo, mas nunca de modo contínuo, cronométrico, como parece impor o funcionar dos relógios.
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Também não existe o espaço físico. Em seu lugar há, isto sim, um AQUI que não se estende nem feito espaço físico nem feito objeto (ou espaço densificado). Em realidade, o verdadeiro AQUI nem se estende nem não se estende. O durar e o estender-se são coisas do ego-pensamento que precisa manter preso o Ser com forma-nome densificada (ou pretenso corpo). .
O pensamento intrometido em todos nós se superpõe e se caracteriza como memória, raciocínio e imaginação...

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A memória é o ontem ou é o passado ou ainda é "o antes".

A imaginação é o amanhã ou é o futuro ou ainda é "o após"... Cuidado, a imaginação-futuro ou o tempo futuro também se nos apresenta como o espaço-físico ou um faz-de-conta, que parece estender-se na frente do ego-pessoa ou à nossa frente, apontando para um falso infinito físico espacial.

O raciocínio ou o discurso mental – sempre reforçado pela memória e pela imaginação – constitui exatamente o nosso hoje de 24 horas, supostamente contínuo, e que é o pretenso “durante".

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Nesse pretenso hoje,o pensamento não para de estruturar e extrojetar e não para de discursar, feito um macaco louco saltitante. O teatrinho cotidiano tem que ser mantido custe o que custar.
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Assim que "o antes" é o pretenso passado. "O durante" é o falso hoje de 24 horas – quando em verdade nesse hoje nada dura, nada persiste de fato para fundamentar as pretensas 24 horas – e "o após" é o suposto futuro. E o amanhã também corresponde ao espaço dito físico.

Por conseguinte, a imaginação tanto constitui o futuro, como também constitui o espaço dito físico.
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De sua parte, o suposto espaço físico parece encerrar três possibilidades:
Ou é um espaço que já se percorreu, (isto é, um fato passado, uma pretensa ocorrência que não existe mais, portanto ineficácia).
Ou é um espaço que se estaria percorrendo no hoje de 24 horas, (mas em verdade, isso é impossível, já se verá o porquê).
Ou é um espaço que ainda não se percorreu, (isto será um fato futuro ou então uma pretensa ocorrência que ainda ineficaz ou que ainda há de vir.
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Naquele espaço que já se percorreu não há mais qualquer movimento... Sim ou não? Claro que não.
No espaço ainda não percorrido ou pretenso futuro tampouco há ou já existe algum movimento.
No espaço que hoje paradoxalmente se percorre tampouco há movimento ou deslocamento. Só há memória, raciocínio e imaginação que se levantam e interferem. Ou há uma impressão-convicção que resulta num faz-de-conta perfeitamente reconhecível, tipo estrada-estensão, movimento ou deslocamento, pretenso móvel e pretenso tempo que se gastará.

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Só que o movimento impossível não casa ou não se funde com objeto que pretensamente vira móvel ou automóvel. Nem que se faça milagres, nem se a tal objeto-movel se empresta energia ou vitalidade para que se desloque. Não há móvel e movimento separados, nem há móvel e movimentos juntos.

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Cuidado, nem por isso se deve concluir que tudo está parado ou inerte. Num pulsar nem se está parado (inércia) nem nos movemos (cinemática). Todos esses paradoxos são profundamente analisados e aclarados em meus livros “Transmutar Este Falso Mundo” – “Ladrão e Salteador da Mente Humana”. Por favor, leiam-nos e verão porque me exprimo assim.
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E não se apele para o cálculo infinitesimal e o cálculo integral (ardilosas e astutas artimanhas do intelecto ou memória-raciocínio-imaginação) para tentar fundamentar o morto ou passado e com ele o não-nascido ou futuro, dupla essa que parece dar fundamento ao movimento físico que hoje não se dá. No falso hoje de 24 horas, em vez de deslocamento só temos barulho mental e impressões-convicções, que se nos apresentam como movimento ou deslocamento. No AGORA tudo é diferente.
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Alguns, raciocinando, lucubrando e concluindo precipitadamente, diriam que o movimento ou deslocamento forçosamente tem que acontecer no hoje de 24 horas e a ela se restringe.
Só que este hoje de 24 horas, repito, é somente raciocínio, memória e imaginação. E estes três constituem exatamente o PENSAMENTO COMUM ou o ladrão e salteador da mente humana, que poucos conhecem ou surpreenderam em si mesmo, graças a um Autoconhecimento. “Homem, homem, conhece-te a ti mesmo!”
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Volto a repetir, por favor, e cuidado: nada de apelar para cálculos integral, infinitesimal gráficos cartesianos, já que eles nada têm a ver com a VIDA em Si. Eles são só abstrações da memória-raciocínio-imaginação.
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Por conseguinte, nada do passado ou “do já percorrido” fundamenta o que no hoje de 24 horas estaria se percorrendo – mas se percorre de fato, ou Agora tudo apenas FULGURA? – porque “o já percorrido” não existe mais. O "já percorrido" não é mais eficaz, não modifica mais nada, não acrescenta mais qualquer novidade.
No AGORA em RENOVAÇÃO nada pode ser percorrido, porque aí não há caminho (espaço) que dure nem há estrada que persista e se estenda. Tudo fulgura, tudo se renova ou tudo é novidade, tudo é um “staccato” (palpitante, fulgurante pulsante, desligado) sem qualquer explicação racional. E se esta explicação for acrescentada, ela só vai distorcer porque não faz parte do SABER-SENTIR-INTUIR ou do Autoconhecimento ou Conhecimento Direto. A explicação faz parte daquele famoso trio enganador, a memória, o raciocínio e a imaginação. A explicação também é conhecimento indireto e indiretíssimo.
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Nada “do ainda não percorrido” (ou futuro) fundamenta o que estaria se percorrendo no hoje de 24 horas, porque “o ainda não percorrido” ainda não existe, não se fez presente, portanto, não é eficaz nem modifica nada.
Nada do futuro ou do “ainda não percorrido” pode fundamentar o AGORA em RENOVAÇÃO. Neste Aqui e Agora nada pode ser percorrido porque aí nada se estende, aí nada pode durar, a inércia e a inexistência também não se fundamentam. A ausência ou a transferência de algo ou alguém é uma patifaria cósmica.
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O “res cogitans e o res extensa” (a realidade que pensa e a realidade que se estende ou a dualidade científica) de Descartes são uma única e mesma aparência sobreposta. São dualidades ardilosas. Convém levar em conta que no Agora em Renovação, a memória, o raciocínio e a imaginação (pensamento) não podem se intrometer, porque, fora de suas funções desvirtuadoras e de suas limitações impostas, eles são uma trapaça mental.
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É de se crer que então que é nessa aparência sobreposta de Descartes que os manipuladores da falsa fatalidade (Demiurgo ou o falso deus, urgos ou egos) introduziram e incluíram os choques materiais impossíveis. Ou seja, os desastres, os estraçalhamentos velhacos dos veículos (móveis) que não podem andar, e as mortes absurdas dos condutores e passageiros. Minha gente, a pasta material que parece durar ou persiste sempre igual, que parece ser impenetrável e que resiste, que parece se chocar violentamente simplesmente não existe em si. Tampouco a estrada pode existir em si, porque nada dura, e o movimento tampouco se cumpre por falta de espaço e tempo reais. O deslocamento, o espaço, o tempo, a pasta material, a energia cinética são pensamento. O móvel e o movimento juntos ou separados são um absurdo.

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E os desastres são frutos da interferência e manipulação de alguns velhacos que penetram no nosso cotidiano ou nesse mesmo fluxo pensante-pensado para conveniência deles e para roubar vidas ou a Vida em Si. .
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Na autêntica Atividade Mental – mas nunca enganadoramente cerebral e fisiológica – só prevalecem cinco possibilidades verdadeiras e livres do tempo (ou livres da memória-raciocínio-imaginação) e que são o Saber, o Sentir, o Intuir, o Atuar e o Amar. Estes cinco aspectos mentais verdadeiros ocorrem e são válidos somente Aqui e Agora. E estão livres do tempo. Neles se é, mas não se nasce (começar), não se dura, não se morre. Tudo se renova.
O pensamento é apenas um atraso, uma ressonância, uma reverberaração, um reflexo caduco desse extraordinário quinteto. O pensamento é um atraso mental que resulta na impressão-convicção de tempo e espaço físicos reconhecíveis e em pretenso movimento ou deslocamento, onde os desastres parecem acontecer.
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Amigos, o espaço, o tempo, o movimento ou o deslocamento, a matéria, a energia, o plasma, deuses do materialismo niilista e da ciência moderna são apena PENSAMENTO! E isso a física quântico-ondulatória e a Física da Ressonância Eletromagnética também descobriram.
Nesse caso, ENTÃO e lamentavelmente, a memória-raciocínio-imaginação trabalha contra o Homem Primordial, trabalha contra nós (“EU SOU”) e labuta a favor de nossa prisão existencial. Daí eu ter escrito esta "A Prisão do Tempo".
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A memória, o raciocínio e a imaginação, além de em ocasiões serem ótimos e úteis para o viver cotidiano da mente-ego-personificada e suas reconstruções, também são os enganadores antes, durante, depois, dos quais teríamos que estar mais avisados e precavidos.
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Somente o Saber-Sentir-Intuir (ou o Conhecimento Direto ou ainda o "prajña", "jñana" dos orientais) pode libertar o homem desse laço espaço-temporal. Prevalecendo o pensamento ou o ego (mal) pensante, e com ele o espaço, o tempo, o móvel, o movimento, a matéria etc. pensados, os desastres também ocorrem ou se apresentam, com todo o seu horror, violência e mortes.

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